top of page
titulo SITE.png

Competitiva Bahia

Exibição presencial
30/10 - Auditório Leite Alves CAHL

18h


SESSÃO II

Um impulso de vida

Direção: Eliabe B

Eu Não Mereço, Amor
- Victor Vittória

Victor Vittória interpreta uma de suas canções mais pessoais e emocionantes. Neste videoclipe, o sentimento de solidão e abandono de uma pessoa trans é representado em um plano sequência que encena as dificuldades de enfrentar um desencontro amoroso.

Direção: Ana Clara Pereira

FELIPA

Felipa vive um embate consigo mesma e busca se encontrar. Em uma noite decisiva, ela terá que escolher entre o medo que a aprisiona e a raiva que a liberta.

Direção: Arno Bukanowsky

MAKENA

Makena é uma declaração de amor à natureza, uma declaração de amor ao outro, a qualquer forma de vida que divide o mesmo espaço conosco, que sente as mesmas necessidades de se alimentar, de respirar, de viver! Este ensaio é uma forma de lembrar e homenagear essas vidas que sofrem em locais periféricos, esquecidos do resto do mundo, por causa do egoísmo de uma humanidade que não consegue se harmonizar com a natureza nem consigo mesma.

Direção: Padmateo e Ramon Fontes

Bareback: opereta em si bemol

Duas vidas soropositivas e indetectáveis para o hiv/aids acabam vivenciando uma aventura liliputiana pelas vísceras internas de seus prórios corpos. De lá de suas entranhas, as duas vidas bailarinam por músculos, sucos gástricos, sons, palavras e imagens fabulando uma cura coletiva do hiv/aids. Entre interssecções, conexões e dissonâncias, reconhecem a si mesmas e refletem sobre métodos de reagir, de desaparecer, de indetectar, do côncavo e do convexo.

FOTO PETIANE 7- Letícia Cristina_edited.jpg
      Os filmes dessa sessão falam sobre o olhar para si mesmo enquanto também demonstram o olhar para o coletivo. Estes filmes falam sobre encontrar força. A força que reside na união coletiva, a força que nos faz sentir empatia por outras vidas, a força que imprime em nós o desejo de ser maior, pensando em si mesmo e nas pessoas ao seu redor. 
        Eu não mereço, amor dirigido por Eliabe B, fala sobre a solidão de uma pessoa trans que passou por um contratempo amoroso. Na música, Victor Vittória , em meio ao sofrimento percebe o quanto foi colocada em situações da qual não merecia por alguém que não se importa com ela. E na composição fílmica do videoclipe esse sentimento é mostrado através de um plano sequência onde o cenário é desfeito no decorrer da música, simbolizando o amor penoso que foi vivido, onde a personagem se sentia só, sem amparo. E ao mesmo tempo a desmontagem do cenário nos mostra que está sendo tirado da personagem aquilo não lhe faz bem, e ao final desse plano sequência, após todo o sofrimento relatado, ao dizer “eu não mereço, amor” Victor Vittoria encontra força em si mesma enquanto veste a sua coroa pronta para seguir em frente.
    Em Felipa dirigido por Ana Clara Pereira, acompanhamos a jornada de descobrimento de uma mulher negra que de encontro a sua ancestralidade consegue se impor para ajudar uma outra mulher negra em perigo. O filme mostra Felipa em busca de si própria, à procura de se entender. A personagem percorre um caminho para achar coragem dentro de si mesma, e ao receber um chamado de uma entidade que a protege ela encontra a força necessária para agir em um momento de perigo.
Seja em nosso mundo físico ou no mundo espiritual, vivemos rodeados de pessoas e energias. Então, assim como Felipa, também não estamos só. Esse filme evoca a força da união, a preocupação de olhar para a pessoa do seu lado e reconhecer a sua importância. Após assistir esse filme o que fica é que ao  nos fortificar da nossa força ancestral também poderemos fortalecer as pessoas ao nosso redor.

        Em Makena, dirigido por Arno Bukanowsky, através da sensibilidade da dança duas atrizes encenam a triste história de uma elefanta que sofre a perda de seu filhote que viveu apenas 14 dias. Essa videodança nos traz a perspectiva da imensidão do mundo e de como o sofrimento transcende o universo humano. Ao representar a história de Makena e seu filhote Mumo de uma forma bastante emotiva, a obra nos convida a refletir sobre as dores compartilhadas por todas as formas de vida, trazendo à tona a força da coletividade que não deve se conter apenas nas barreiras da existência  humana.
         Em Bareback: Opereta Em Si Bemol, Ramon Fontes e Padmateo embarcam numa viagem pelas profundezas do ser, descobrindo as singularidades que lhes constroem e se tornando cada vez mais familiar. Entrando pelo seio de Padmateo, Ramon consegue se acalentar perto de seu coração. E entrando pelo ouvido de Ramon, Padmateo consegue ouvir os sussurros de seus pensamentos. Nesse filme a intimidade se transforma em algo palpável, não é mais apenas a proximidade emocional entre duas pessoas, agora é física, é interna, é profunda e reveladora, é uma intimidade que permite sentir as paredes linfáticas, ver o coração bater do lado de dentro e dar um mergulho no estômago. Um passeio que busca imagear uma cura enquanto o filme nos diz que é preciso coragem para estar dentro; no interior de outra pessoa, ao mesmo tempo em que buscam uma força para existir e assim se compreender. Ao se enxergarem do avesso, se tornam capazes de guarnecer o seu âmago.
          Os filmes dessa sessão esbanjam uma força equipada para revigorar os caminhos de nossas existências, nos fazendo perceber a fortaleza que temos em nosso íntimo e também a que encontramos na coletividade. A união destes filmes em uma sessão foi pensada para impulsionar um desejo por uma potência que fortaleça a motivação que provoca nas pessoas a vontade de vida.
 

​

Um impulso de força

Texto por: Letícia Cristina

bottom of page